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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Fenomenologia da Percepção

Caros colegas boa tarde, 

Segue novas atividades referente ao 3º bimestre. (Entregar até o final do bimestre)


Primeira atividade: O texto abaixo apresenta uma compreensão sobre o "corpo-próprio" feito pelo filósofo francês Maurice Merleau Ponty. Leia o texto e escreva o que você entendeu desta análise.

O texto ora apresentado tem por objetivo por em pauta uma resumida definição acerca do conceito “corpo” a partir da leitura do texto “Fenomenologia da Percepção” do filósofo francês Maurice Merleau Ponty (1908-1961), em especial do conteúdo dos capítulos III a VI. 

Num primeiro momento, o autor irá se preocupar em delimitar a relação entre o corpo e os objetos que o cerceiam no espaço. Em outras palavras: o definirá como referencial fronteiriço entre a existência própria e os elementos do mundo. “O contorno de meu corpo é uma fronteira que as relações de espaço ordinárias não transpõem.” (PONTY, 1971, p.109). Dadas tais concepções, seguirá sua análise a partir de uma estrutura científica denominada “esquema corporal”, de modo a não apenas compreender o corpo através de uma significação fisiológica geral, mas de reconhecê-lo como a único meio capaz de conscientizar o sujeito em relação ao mundo fenomênico, além de servir-lhe como força motriz em sua relação com os objetos inerentes ao espaço exterior. “Quando digo que um objeto está sobre a mesa, coloco-me sempre em pensamento numa mesa ou no objeto e aplico-lhe uma categoria que convém em princípio à relação de meu corpo com objetos exteriores.” (PONTY, 1971, p. 112)

Ao contrário da epistemologia idealizada por Imannuel Kant (1724-1804), onde o sujeito, mediante a um processo sintético entre suas formas apriorísticas de sensibilidade e entendimento trazia em seu intelecto as diversas representações sobre o longínquo “Noumeno” ou “Coisa-em-Si” (sendo então uma espécie de engenheiro no que tange a construção dos fenômenos) Ponty nos falará sobre o sujeito “efetivo” que através de sua experiência factual irá se descobrir e se reconhecer no mundo:


O sujeito kantiano estabelece um mundo, mas, para poder afirmar uma verdade, o sujeito efetivo deve primeiramente ter um mundo ou estar no mundo, isto é, ter em torno de si um sistema de significações cujas correspondências, relações e participações não tenham necessidade de ser explicitadas para serem utilizadas. (PONTY, 1971, p. 140)

Assim sendo, tal sujeito não se localiza no espaço, ele “é” no espaço. Seu ser não pode desassociar-se deste, mesmo que assim (excluindo-se a tentativa de um ato suicida) o queira seu portador. Partiremos agora para uma questão de vital importância, a saber, a sexualidade. Neste sentido, o filósofo irá nos apresentar uma investigação acerca de como os objetos ou seres passam a ter algum significado para nós através dos estados afetivos “elementares”. Em linhas gerais, é a sexualidade que conduz a história humana e influencia suas demais diretrizes. “Uma jovem a quem sua mãe impediu de rever o homem que amava perde o sono, o apetite e finalmente o uso da palavra.” (PONTY, 1971, p.171). Vemos então que inclusive a saúde corporal está diretamente ligada ao campo afetivo-sexual, já que as atividades mais triviais a preservação da vida não são cumpridas com eficácia e completude quando uma desilusão se faz presente neste âmbito.


Não há explicação da sexualidade que a reduza a outra coisa a não ser ela mesma, porque ela já é outra coisa além de si mesma, e, se se quiser, nosso ser inteiro. A sexualidade, diz-se, é dramática porque engajamos nela toda nossa vida pessoa. [...] Não há excesso de sexualidade como não há sexualidade fechada sobre si mesma. Ninguém está a salvo e ninguém está completamente perdido. (PONTY, 1971, p.182)


Como não poderia deixar de ser, o corpo como expoente primeiro da identidade humana também é sua máxima expressão. Dito de outro modo, o corpo comunica-se por si só, manifestando-se de diversas maneiras e fazendo-se entender pelos demais seres. Mesmo nos casos mais graves de indivíduos portadores de deficiência, mediante a uma aprofundada observação, podemos identificar pequenos sinais de caráter comunicativo. Mesmo as mais severas práticas ascéticas, tais como as adotaram alguns religiosos, não são capazes de afastar o devoto de seu corpo material.


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