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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

9º anos A B C D - Língua Portuguesa - profª Izabel

9º anos A B C D    -   Língua Portuguesa   -   Profª Izabel

Bom dia, galera...tudo bem com vocês? Espero que sim!!!

Para essa semana, preciso que vocês mandeu o gabarito da AAP, até 5ª feira, dia 14/08

Para a próxima semana, vocês deverão ler o texto abaixo e enviar as respostas da interpretação de texto, que deverão se enviadas até 6ª feira, dia 21/08.

Valor da Atividade: 10 pontos

                                                   VISTA CANSADA

                              Acho que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se fosse pela última vez. Pela última ou pela primeira? Pela primeira vez foi o outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roia – aquele tiro brutal.

                              Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que vê todo dia, sem ver, Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

                              Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo Hall do prédio do seu escritório. Lá estava, sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

                              Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve de morrer. Se uma dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

                              Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria esposa, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

                                                                                                                                ( Otto Lara Rezende – Jornal da Folha de São Paulo, 23 fev. 1999 )

 

VOCABULÁRIO:

- ERNEST MILLER HEMINGWAY ( 1898 – 1961 ): autor norte-americano, autor de vários livros famosos, tais como: “Adeus às armas”, “O velho e o mar”, “Por quem os sinos dobram” e outros.   -   RITO: Conjunto de tarefas rotineiras.

1ª) Segundo o autor Hemingway, como se deve olhar as coisas? 

 2ª) O outro autor concorda com essa opinião do escritor norte-americano? Por quê?

 3ª) “Não admira que Hemingway tenha acabado como acabou“. A que se refere nessa passagem do texto?

 4ª) Por que, normalmente, nós não vemos as coisas que estão a nossa volta?

5ª) No segundo parágrafo do texto, que conselho o autor nos da para que não sejamos engolidos pela rotina diária?

6ª) Quem,  de acordo com o autor, é capaz de ver o mundo como se fosse pela primeira vez? Por quê?

7ª) Indique, na frase abaixo, o que é a causa e a consequência:

           “ ... de tanto ver,      /    a gente banaliza o olhar...”

8ª) O que o autor quis dizer com  “Há pai que nunca viu o próprio filho, Marido que nunca viu a própria esposa, isso existe às pampas.”: 

9ª) “ Nosso olhos se gastam no dia-a-dia, opacos “. De acordo com essa frase, a causa primeira da indiferença é:                                  (   )  o olhar rotineiro          ou          (   ) a rotina que nos leva a ter esse tipo de olhar.

 10ª) Qual é,  afinal,  a  consequência   desse nosso olhar cansado para as coisas que  nos  cercam:

                  (   )  Depressão         -          (   ) Indiferença          -          (   ) Angústia

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