9º anos A B C D - Língua Portuguesa - Profª Izabel
Bom dia, galera...tudo bem com vocês? Espero que sim!!!
Para essa semana, preciso que vocês mandeu o gabarito da AAP, até 5ª feira, dia 14/08
Para a próxima semana, vocês deverão ler o texto abaixo e enviar as respostas da interpretação de texto, que deverão se enviadas até 6ª feira, dia 21/08.
Valor da Atividade: 10 pontos
VISTA CANSADA
Acho
que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se fosse
pela última vez. Pela última ou pela primeira? Pela primeira vez foi o outro
escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de
deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira
que Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o
roia – aquele tiro brutal.
Se
eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só
isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o
olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que vê todo dia, sem
ver, Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não
desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você
sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é
que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um
profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo Hall do prédio do seu
escritório. Lá estava, sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom
dia e, às vezes, lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o
porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como
era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32
anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve de morrer. Se uma dia no
seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém
desse sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há
sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma
criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo
do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê.
Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria esposa,
isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí
que se instala no coração o monstro da indiferença.
( Otto Lara Rezende – Jornal da
Folha de São Paulo, 23 fev. 1999 )
VOCABULÁRIO:
- ERNEST
MILLER HEMINGWAY
( 1898 – 1961 ): autor norte-americano, autor de vários livros famosos, tais
como: “Adeus às armas”, “O velho e o mar”,
“Por quem os sinos dobram” e outros.
- RITO: Conjunto de tarefas rotineiras.
1ª) Segundo o autor Hemingway, como se deve olhar as coisas?
5ª) No segundo parágrafo do texto, que conselho o autor nos da para que não sejamos engolidos pela rotina diária?
6ª) Quem, de acordo com o autor, é capaz de ver o mundo como se fosse pela primeira vez? Por quê?
7ª) Indique, na frase abaixo, o que é a causa e a consequência:
8ª) O que o autor quis dizer com “Há pai que nunca viu o próprio filho, Marido que nunca viu a própria esposa, isso existe às pampas.”:
9ª) “ Nosso olhos se gastam no dia-a-dia, opacos “. De acordo com essa frase, a causa primeira da indiferença é: ( ) o olhar rotineiro ou ( ) a rotina que nos leva a ter esse tipo de olhar.
( )
Depressão - ( )
Indiferença - (
) Angústia
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