Aula 16 - História da MPB –
O TROPICALISMO (ou a TROPICÁLIA)
Durante o III Festival de Música Popular da TV Record de
1967, surgiram para o grande público algumas das
canções que viriam a fazer parte da trilha sonora e do cotidiano do Brasil, por
décadas, a partir de então. Três delas, “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso;
“Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, e “Roda Viva”, de Chico Buarque. Três
compositores expoentes máximos da MPB, ainda vivos, cujas canções ecoam pelo
Brasil e pelo mundo afora.
Contexto
Histórico
Estávamos
em plena ditadura militar no Brasil, com perseguição e censura a artistas que
ousavam questionar o regime ditatorial implantado em 1964, sob a falsa ameaça
do perigo do comunismo, que nunca houve no Brasil. Foi um período de
contestação e agitação política no mundo todo, seguido sempre de forte
repressão e implantação de ditaduras sanguinárias, sobretudo na América Latina,
sob a batuta e o patrocínio dos EUA.
“É
neste contexto que nasce o movimento tropicalista, sob a inspiração da esfera
pop local e da estrangeira, principalmente do pop-rock e do concretismo. A tropicália era o espelho do sincretismo
brasileiro, pois mesclava em um único caldeirão as mais diversas tendências,
como a cultura popular brasileira e inovações extremas na estética. Ela
pretendia subverter as convenções, transgredir as regras vigentes, tanto nos
aspectos sócio-políticos, quanto nas dimensões da cultura e do comportamento.” (www.infoescola.com)
Embora
sua influência mais marcante e visível tenha sido dentro da MPB, o Tropicalismo
não se restringiu somente à música, mas sim, representou uma revolução no
cinema, no teatro e nas artes plásticas, no Brasil. Os principais nomes desse
movimento foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé,
Os Mutantes, Torquato Neto, o maestro Rogério Duprat e as cantoras Nara Leão e Gal
Costa na Música; Glauber Rocha, no Cinema; José Celso Martinez Corrêa no Teatro;
Hélio Oiticica nas Artes Plásticas.
Em 1968, veio o AI-5, o golpe
dentro do golpe, que endureceu ainda mais o regime militar, com o
fechamento do Congresso Nacional, prisões políticas, banimentos, assassinatos,
toda uma gama de violências físicas e institucionais praticadas pelos militares
no poder. Chico Buarque exilou-se na Itália; Caetano Veloso e Gilberto Gil
foram presos, interrogados e deixados incomunicáveis por algum tempo.
Certamente não chegaram a ser torturados por serem nomes famosos, muito
conhecidos e queridos do grande público, mas quando deixaram as dependências das
prisões clandestinas do exército, exilaram-se em Londres, só voltando ao Brasil
muito tempo depois. Em 1997, quase trinta anos após esses tempos sombrios da
História do Brasil, Caetano Veloso lançou o livro “Verdade Tropical” contando tudo o que viveu e viu, na política e
claro, no movimento do qual foi um dos principais protagonistas, o Tropicalismo.
Nos
links abaixo, você poderá ler a letra da canção “Tropicalia” de Caetano Veloso e assistir a um concerto do artista,
recente, cantando essa canção e, também, a letra de “Domingo no Parque” de Gilberto Gil e sua participação no III
Festival de Música Popular da TV Record de 1967:
Gilberto Gil canta “Domingo
no Parque”: https://www.youtube.com/watch?v=bl7xHuEtlyg&list=RDbl7xHuEtlyg&start_radio=1&t=14
As músicas que mais se destacaram no Movimento
Tropicalista e, muitas inclusive ganharam os Festivais de Música de MPB da Tv
Record foram: "Tropicália" (1968), "Alegria, Alegria"
(1967), "Atrás do Trio Elétrico" e "É proibido proibir"
(1968) de Caetano Veloso; "Domingo no Parque" (1967), "Aquele
abraço" (1968) de Gilberto Gil; "São Paulo, meu amor" (1968) e
"Parque Industrial" (1968) de Tom Zé; "Não identificado"
(1969), "Mamãe, coragem" (1968) e "Baby" (1968) de Gal
Costa; "Tropicália ou Panis et Circenses" (1968), "Miserere
Nobis" (1968), "Bat Macumba" (1968) e "Minha Menina"
(1968) dos Mutantes. (mundoeducacao.uol.com.br)
Assim como a Bossa Nova, o Tropicalismo tem uma História que
necessitaria de um período semelhante ao de um curso superior para ser contada
em detalhes. Felizmente, a Internet está repleta de sites que contam essa
História e, no Youtube, você certamente irá encontrar centenas de links com as
mais variadas manifestações ao vivo ou em discos, filmes, documentários, etc,
caso queira se aprofundar nessa que foi (e é) uma vertente tão criativa e
instigante da MPB.
Bons Estudos! Fiquem à vontade para se
corresponder comigo pelo email: cavallieri7@yahoo.com.br
e até
a próxima aula!
Obrigado e um grande abraço a todas(os) as(os)
alunas(os)!
Evoééé!!!
Prof. Fernando – Eletivas - História da MPB & Violão Popular
Fontes:
Sites:
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