Olá meus queridos alunos, espero que estejam bem. Esta é a primeira atividade do 4º Bimestre.
Enviem a atividade para o email abaixo:
Como você já deve ter percebido, o assunto hoje é polêmico: a teoria evolucionista. Mas ao contrário dos debates nas redes sociais, para nós importa a ciência.
Portanto, neste artigo, nós
discutiremos como a percepção científica da formação e evolução das espécies se
alterou ao longo do tempo. E para fazer isso, seguiremos uma trilha histórica,
percorrendo os seguintes tópicos:
- O
que é a teoria evolucionista;
- Teoria
criacionista;
- Teoria
evolucionista de Lamarck;
- Teoria
evolucionista de Darwin;
- Teoria
evolucionista: neodarwinismo.
Por enquanto, vamos começar com uma
explicação sucinta da própria teoria do evolucionismo.
O
que é teoria evolucionista?
A teoria evolucionista é
a explicação mais completa que temos sobre a forma como a vida (as diferentes
espécies de seres vivos) evoluiu ao longo de milhões de anos, desde
a origem da vida. E assim como a
vida, a própria teoria evoluiu, conforme vários cientistas foram fazendo
observações e descobertas, principalmente a partir do século XIX (anos 1800).
Porque antes disso a ideia dominante
era a de que os seres vivos não mudavam e, portanto, não evoluíam.
Esta ideia predominou durante a maior
parte da nossa história: primeiro, porque não se pesquisava sobre o assunto,
mas depois por um motivo bem mais simples.
Teoria
criacionista
Teoria criacionista e
evolucionista não pertencem ao mesmo mundo, porque a chamada teoria criacionista não
tem base científica. Ao contrário, se baseia na fé religiosa para afirmar
que os seres vivos seriam produto da criação divina e, assim, imutáveis.
Seja como for, este pensamento
religioso estabeleceu uma forma básica de entendimento da vida, como fruto da
ação divina, que prevaleceu por muitos séculos.
Mas, a partir dos anos 1800,
pesquisas científicas começaram a apontar para um novo entendimento, baseado em
evidências. Sobretudo, a partir das observações de dois grandes pensadores
da humanidade, começando por Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829).
Teoria
evolucionista de Lamarck
Lamarck foi um naturalista francês
que desenvolveu um longo trabalho de observação de moluscos e estabeleceu
a primeira teoria evolucionista, assentada em duas compreensões
principais, que seriam as leis da evolução:
- Lei
do uso e do desuso: quando um ser vivo usa um órgão mais do que os outros órgãos,
este órgão se desenvolve mais do que os outros. Ou seja, ao longo do
tempo, órgãos úteis se desenvolvem, enquanto os demais deixam de ser
funcionais (desuso).
- Lei
da transmissão dos caracteres adquiridos: como consequência da primeira
lei, Lamarck defendia que uma vez que um órgão era mais usado que outros,
isto se tornava uma característica da espécie, passada de geração em
geração.
Para quem já está por dentro deste
assunto, é possível perceber que a teoria de Lamarck está errada, mas não
completamente, principalmente porque foi a primeira a perceber que os seres
vivos evoluíam com o passar das gerações.
Teoria
evolucionista de Darwin
Pouco depois de Lamarck, Charles
Darwin deu um passo muito mais profundo e certeiro para comprovar a teoria
evolucionista, a partir da observação e comparação de fósseis, percebendo
alguns pontos fundamentais:
- Fósseis
de uma mesma espécie apresentavam pequenas diferenças entre si;
- Fósseis
de animais extintos tinham semelhanças com espécies diferentes, ainda
vivas.
Destas observações, Darwin
estabeleceu suas principais hipóteses, sobre as quais falaremos a seguir.
Seleção
natural e adaptação
Para entender o que é seleção
natural segundo a teoria evolucionista, é preciso lembrar que a noção de
“seleção artificial” já existia no século XIX. Basta que você pense nos
cachorros.
Ao longo do tempo, nós incentivamos o
cruzamento entre raças diferentes de cachorros, porque queríamos obter
resultados específicos, como animais mais fortes, mais ágeis ou mais
inteligentes.
A seleção natural seria um processo
similar, mas que ocorreria aleatoriamente, na própria natureza, sendo que as
pequenas diferenças entre os seres de uma mesma espécie fariam com que alguns
indivíduos fossem mais aptos a sobreviver.
Ou seja, a longo prazo, sobreviveriam
apenas os indivíduos de uma determinada espécie, que possuíssem aquelas
pequenas diferenças que lhes davam alguma vantagem.
Podia ser uma pelagem um pouco mais
grossa, um bico um pouco mais comprido ou qualquer outro detalhe.
Com o tempo, estes indivíduos mais
bem adaptados se tornavam mais numerosos porque tinham mais chances de
procriar, com seus filhos herdando as mesmas características, até que se
tornassem dominantes, dando origem à uma nova espécie.
Esta é a forma como a teoria
evolucionista explica a adaptação das espécies, ou seja, a seleção
natural favorece a sobrevivência dos mais adaptados ao ambiente, até que as
suas características se tornem dominantes.
Teoria
evolucionista: neodarwinismo
As teorias evolucionistas de
Darwin estavam muito próximas da realidade, mas eram incapazes de
explicar a origem daquelas pequenas diferenças, por exemplo.
Esta explicação só se tornou possível
com os avanços mais recentes na área da genética, quando descobrimos o
funcionamento da reprodução dos seres vivos, especialmente, através da
descoberta da possibilidade de “erros” durante a formação das células.
Isso deu origem ao chamado
“neodarwinismo”, ou Teoria Sintética da Evolução, explicando que uma mutação
(um bico ou pelo mais longo) é resultado de um destes “erros” que, uma vez
estabelecidos em um código genético, passam para a geração seguinte (filhos e
netos).
Resumindo, dentro de uma espécie de
gorilas por exemplo, cada indivíduo tem um código genético muito parecido com
os demais membros da espécie, mas com pequenas diferenças (ou “erros”).
Dependendo das condições do ambiente
em que aquela espécie vive, alguns destes “erros” conferem uma vantagem a
certos indivíduos da espécie.
Digamos que alguns gorilas nasçam com
uma pelagem muito mais espessa do que o normal da espécie, enquanto uma
glaciação (frio intenso) atinge sua região durante milênios. A pelagem mais
grossa, neste caso, seria uma vantagem para a sobrevivência.
Como estamos falando de um longo
período, apenas filhotes com o mesmo “erro” genético teriam uma chance razoável
de sobreviver e a espécie inteira se transformaria aos poucos, até que a
pelagem grossa se tornasse padrão.
Sendo assim, podemos dizer que a teoria evolucionista se
tornou mais completa com as descobertas da genética, que preencheram muitas das
lacunas deixadas por Darwin.



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