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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

LÍNGUA PORTUGUESA - 6ºs anos A/B/C/D - Profª Regina

ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO

(Atividade 1 - 4º bimestre)

Olá, alunos dos sextos anos!

Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Hoje vou postar a “Atividade de Aprofundamento” deste  mês.

É a primeira atividade do 4º Bimestre.

Vocês lerão o texto com bastante atenção e, a seguir, devem realizar os exercícios no  caderno (somente respondam, sem copiar o enunciado.   Nas questões com alternativas, copiem o item que corresponde à sua resposta – não somente a letra)

Depois, tirem foto e enviem para meu e.mail:

 

profreginaaguirre@gmail.com

ou

reginaaguirre@prof.educacao.sp.gov.br

 

Vamos lá?

 

ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO

OUTUBRO/2020

 

Habilidade 06 – Localizar item de informação explícita, com base na compreensão global de um texto.

 

EF06LP03 – Relacionar palavras e expressões, em textos de diferentes gêneros (escritos, orais e multimodais), pelo critério de aproximação de significado e os efeitos de sentido provocados no texto.

 

EF67LP11 – Utilizar, ao produzir textos em diferentes gêneros, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.

 

 

Um apólogo

                Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

                - Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

                - Deixe-me, senhora.

                - Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

                - Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça.  Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.  Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

                - Mas você é orgulhosa.

                - Decerto que sou.

                - Mas por quê?

                -E boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

                -Você? Esta agora é melhor.  Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?

                - Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

                - Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem  atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...

                - Também os batedores vão adiante do imperador.

                - Você é imperador?

                - Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

                Estavam nisto quando a costureira chegou à casa da baronesa.  Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela.  Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto cor poética.  E dizia  a agulha:

                - Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

                A linha não respondia nada; ia andando.  Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas.  A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também e foi andando.  E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.  Caindo o sol, a costureira dobrou a costura para o dia seguinte;  continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

                Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se .  A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário.  E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:

                - Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar  com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

                Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor expectativa,  murmurou à pobre agulha: - Anda, aprende, tola.  Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura.  Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.  Onde me espetam, fico.

                Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: - Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

 

(ASSIS, Machado. Várias histórias. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994)

 

Vocabulário

Decerto:  certamente

Coso: costuro

Ama: patroa

Feição: aparência exterior

Batedores:  aqueles que vão à frente da caravana para abrir caminho

Subalterno:  aquele que está sob as ordens de outro, subordinado.

Obscuro: triste, tenebroso

Ínfimo: que ocupa o lugar mais baixo

Modista: profissional que desenha e confecciona roupa feminina

Galgo: cão de pernas compridas, corpo alongado com abdome muito estreito, extremamente ágil e veloz.

 

 

 

Parte I - Interpretação do texto 

 

(Somente responda, sem copiar o enunciado.   Nas questões de alternativas, copie o item que corresponde à sua resposta – não somente a letra)

 

1)      Assinale a alternativa correta após a leitura global do texto:

(A)   O “plic-plic-plic-plic” é o som da agulha dentro da caixinha.

(B)   A costureira, para fazer o vestido, gastou quatro semanas.

(C)   No dia do baile, a agulha, espetada no vestido, vai ao baile.

(D)   Quem começa toda a discussão e a provocação é a agulha.

 

 

2)      Este conto, do escritor brasileiro Machado de Assis, é um apólogo: uma narrativa que geralmente lida com questões morais e os personagens da história são seres inanimados, ou seja, objetos que possuem características humanas, como dialogar, por exemplo.  Assinale a alternativa extraída do conto onde se verifica um objeto a conversar:

(A)   “Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça”.

(B)   “Agulha não tem cabeça.  Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.  Importe-se com sua vida e deixe a dos outros.”

(C)   “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!”

(D)   “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.”

 

 

3)      Neste apólogo, é possível encontrar a seguinte informação:

(A)   A linha fica furiosa e xinga a agulha de ordinária.

(B)   O alfinete disse que fica onde os outros o espetam.

(C)   O professor de melancolia disse que sabe costurar.

(D)   A baronesa levou um dos empregados para a festa.

 

 

       4) As personagens do texto são:

       (A)pessoas               (B) animais              (C) objetos               (D) objetos e pessoas.

 

 

        5)  O texto narra uma série de preparativos para um evento. Esse evento se realiza na residência de quem:

             (A) de uma baronesa      

             (B) de uma duquesa    

             (C) de  uma condessa         

             (D) de uma marquesa

 

      6) Assinale a melhor alternativa que caracteriza a atitude do Alfinete.

             (A) Foi solidário com a agulha, consolando - a.

             (B) Também serviu de Agulha para muita linha ordinária.

             (C) Não se envolveu na história

             (D) Apoiou a Linha.

 

      7) De acordo com o texto:

             (A) O trabalho da Linha foi mais importante do que o da Agulha..

             (B)Tanto a atitude da Agulha quanto como a  do Alfinete foram corretas.

             (C)Apenas a Linha foi ao baile no corpo da baronesa.

             (D)Apenas a Agulha foi ao baile no corpo da baronesa.

 

      8) Quem disse a frase: “Importe-se com sua vida e deixe  a dos  outros”

             (A) O Alfinete     

             (B) O professor de melancolia                 

             (C) A agulha

             (D) A linha

 

      9) Retire do texto:

            a) Três substantivos comuns (nomes de seres):__________________________________

_____________________________________________________________________________

 

           b) Três adjetivos (qualidades dos seres): _______________________________________

_____________________________________________________________________________

 

         c) Três verbos que expressam ação: ___________________________________________

_____________________________________________________________________________

 

 

10) Leia o trecho abaixo, retirado do final do conto “Um Apólogo”, e continue a história, criando um novo final para as duas personagens principais, a agulha e a linha (escreva, no mínimo dez linhas).

 

“Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: - Anda, aprende, tola.  Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura.  Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.  Onde me espetam, fico.”

 

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