ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO
(Atividade 1 - 4º bimestre)
Olá, alunos dos sextos anos!
Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Hoje vou postar a “Atividade de Aprofundamento”
deste mês.
É a primeira
atividade do 4º Bimestre.
Vocês lerão o texto com bastante atenção e, a seguir,
devem realizar os exercícios no caderno
(somente respondam, sem copiar o enunciado.
Nas questões com alternativas, copiem o item que corresponde à sua
resposta – não somente a letra)
Depois, tirem foto e enviem para meu e.mail:
ou
reginaaguirre@prof.educacao.sp.gov.br
Vamos lá?
ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO OUTUBRO/2020 Habilidade 06 – Localizar item de informação explícita, com
base na compreensão global de um texto. EF06LP03 – Relacionar palavras e expressões, em textos de
diferentes gêneros (escritos, orais e multimodais), pelo critério de
aproximação de significado e os efeitos de sentido provocados no texto. EF67LP11 – Utilizar, ao produzir textos em diferentes gêneros,
conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância
nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc. |
Um apólogo
Era
uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
-
Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que
vale alguma coisa neste mundo?
-
Deixe-me, senhora.
-
Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
-
Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar
que Deus lhe deu. Importe-se com a sua
vida e deixe a dos outros.
-
Mas você é orgulhosa.
-
Decerto que sou.
-
Mas por quê?
-E
boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os
cose, senão eu?
-Você?
Esta agora é melhor. Você é que os cose?
Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
-
Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou
feição aos babados...
-
Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você,
que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
e mando...
-
Também os batedores vão adiante do imperador.
-
Você é imperador?
-
Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante;
vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que
prendo, ligo, ajunto...
Estavam
nisto quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás
dela. Chegou a costureira, pegou do
pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a
coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da
costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto cor poética. E dizia
a agulha:
-
Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos
dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A
linha não respondia nada; ia andando.
Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa,
como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta,
calou-se também e foi andando. E era
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic
da agulha no pano. Caindo o sol, a
costureira dobrou a costura para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no
quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio
a noite do baile, e a baronesa vestiu-se .
A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no
corpinho, para dar algum ponto necessário.
E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro,
arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para
mofar da agulha, perguntou-lhe:
-
Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte
do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você
volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Parece
que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
expectativa, murmurou à pobre agulha: -
Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha
de costura. Faze como eu, que não abro
caminho para ninguém. Onde me espetam,
fico.
Contei
esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -
Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(ASSIS, Machado. Várias histórias. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1994)
Vocabulário
Decerto: certamente
Coso: costuro
Ama: patroa
Feição:
aparência exterior
Batedores: aqueles que vão à frente da caravana para
abrir caminho
Subalterno: aquele que está sob as ordens de outro,
subordinado.
Obscuro: triste,
tenebroso
Ínfimo: que
ocupa o lugar mais baixo
Modista: profissional
que desenha e confecciona roupa feminina
Galgo: cão de
pernas compridas, corpo alongado com abdome muito estreito, extremamente ágil e
veloz.
Parte I - Interpretação
do texto
(Somente responda,
sem copiar o enunciado. Nas questões de
alternativas, copie o item que corresponde à sua resposta – não somente a
letra)
1) Assinale a alternativa correta após a
leitura global do texto:
(A) O
“plic-plic-plic-plic” é o som da agulha dentro da caixinha.
(B) A
costureira, para fazer o vestido, gastou quatro semanas.
(C) No
dia do baile, a agulha, espetada no vestido, vai ao baile.
(D) Quem
começa toda a discussão e a provocação é a agulha.
2)
Este
conto, do escritor brasileiro Machado de Assis, é um apólogo: uma narrativa que
geralmente lida com questões morais e os personagens da história são seres
inanimados, ou seja, objetos que possuem características humanas, como
dialogar, por exemplo. Assinale a
alternativa extraída do conto onde se verifica um objeto a conversar:
(A) “Contei
esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça”.
(B) “Agulha
não tem cabeça. Que lhe importa o meu
ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com sua vida e deixe a dos outros.”
(C) “-
Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!”
(D) “Chegou
a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na
agulha, e entrou a coser.”
3)
Neste
apólogo, é possível encontrar a seguinte informação:
(A) A
linha fica furiosa e xinga a agulha de ordinária.
(B) O
alfinete disse que fica onde os outros o espetam.
(C) O
professor de melancolia disse que sabe costurar.
(D) A
baronesa levou um dos empregados para a festa.
4) As personagens do texto são:
(A)pessoas
(B)
animais
(C) objetos
(D) objetos e pessoas.
5) O texto narra uma série de preparativos para
um evento. Esse evento se realiza na residência de quem:
(A)
de uma baronesa
(B)
de uma duquesa
(C)
de uma condessa
(D)
de uma marquesa
6) Assinale a melhor alternativa que
caracteriza a atitude do Alfinete.
(A)
Foi solidário com a agulha, consolando - a.
(B)
Também serviu de Agulha para muita linha ordinária.
(C) Não se envolveu na história
(D)
Apoiou a Linha.
7) De acordo com o texto:
(A) O trabalho da Linha foi mais
importante do que o da Agulha..
(B)Tanto
a atitude da Agulha quanto como a do Alfinete foram corretas.
(C)Apenas a Linha foi ao baile no corpo
da baronesa.
(D)Apenas
a Agulha foi ao baile no corpo da baronesa.
8) Quem disse a frase: “Importe-se com
sua vida e deixe a dos outros”
(A) O
Alfinete
(B)
O professor de
melancolia
(C) A agulha
(D) A linha
9)
Retire do texto:
a) Três substantivos comuns (nomes de
seres):__________________________________
_____________________________________________________________________________
b) Três adjetivos (qualidades dos
seres): _______________________________________
_____________________________________________________________________________
c) Três verbos que expressam ação:
___________________________________________
_____________________________________________________________________________
10) Leia o trecho
abaixo, retirado do final do conto “Um Apólogo”, e continue a história, criando
um novo final para as duas personagens principais, a agulha e a linha (escreva,
no mínimo dez linhas).
“Parece que a
agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha: - Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.”
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