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ATIVIDADES (Ensino Fundamental II)

ATIVIDADES (Ensino Médio)


quinta-feira, 15 de abril de 2021

3º Anos A e B

 Boa tarde alunos


O HOMEM COMO SER DE NATUREZA E LINGUAGEM.

 Para complementar a aula do Centro de Mídias : Humanidade : história ou estória, apresento o texto abaixo para leitura.

0 HOMEM COMO SER DE LINGUAGEM E DE PALAVRA

Esta situação de aprendizagem desenvolve os temas linguagem e palavra. Focaremos a palavra e a língua como aspectos definidores do ser humano e, também, como condição para a elaboração do discurso filosófico.



A Filosofia como o cuidado com as criações da palavra


Platão (428-347 a.C)  em um diálogo chamado Fedro, o filósofo afirmou que a língua é como pharmacon, que significa ao mesmo tempo veneno, cosmético e remédio. A língua como veneno é relativa ao discurso irônico, agressivo, provocador de rupturas, discórdias e mágoas. Como cosmético é marcada pelo discurso superficial que não oferece condições e fundamentos para se pensar as consequências das afirmações; é o discurso que pretende agradar e esconder conflitos, maquiando fatos. A língua como remédio pode ser associada aos discursos que ajudam os homens a compreenderem melhor a si mesmos e aos outros. A psicologia, a arte e a religião podem ser tomadas como áreas que contam com a língua como remédio.

Aristóteles (384-322 a.C) Na abertura de sua obra Política afirma que somente o homem é um animal político, isto é porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem  voz (phoné), mas o homem possui a palavra ( logos) e, com ela exprime o bem e o mau, o justo e o injusto. Parte do diálogo Crátilo de Platão para desenvolver no “Tratado da Interpretação” duas grandes linhas de discussão filosófica sobre a linguagem : 1- a relação entre linguagem e pensamento e 2 – a função comunicativa da linguagem. Na obra Retórica  destaca a função comunicacional da linguagem e na obra Poética a linguagem metafórica.

Aurélio Agostinho (354 – 430). O diálogo “ De Magistro” forneceu elementos fundamentais para o desenvolvimento da discussão sobre a natureza e o funcionamento da linguagem em toda a tradição. Sua posição é inata  ( a possibilidade de conhecer supõe algo de prévio, que torna inteligível a própria linguagem, ou seja: a luz interior). Desde sua definição do signo até sua discussão sobre o caráter reflexivo da linguagem e o papel da metalinguagem, a filosofia agostiniana da linguagem constitui o ponto de partida de diferentes linhas de discussão até o pensamento contemporâneo.

René Descartes ( 1596-1650) – sem ter dedicado nenhum texto específico à questão da linguagem, influenciou em sua época o desenvolvimento de uma “ lógica do pensamento” no Discurso do Método – a linguagem como sinal da razão.

John Locke (1632-1704)  Na obra Ensaio sobre o entendimento humano dedica todo o livro III sob o título: “ Sobre as palavras ou a linguagem em geral”  afirma : São as ideias que dão conteúdo cognitivo às palavras, que são signos convencionais das coisas.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) Na obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, especula que a primeira forma de linguagem dos seres humanos teria sido “grito da natureza”. Vincula linguagem e sociedade  simbolizada pela perfectibilidade – característica  exclusiva da humanidade.

Ludwig Wittgenstein (1889-1951), filósofo austríaco, foi um dos mais importantes pensadores da linguagem no século XX  em sua obra “ Tratado lógico Filosófico,” está preocupado com  a essência da linguagem, com seu mecanismo de significação das coisas e do mundo. Outra obra do filósofo “ Investigações  filosóficas” afirma que não existe a linguagem, mas múltiplas linguagens com diferentes objetivos. O significado de uma palavra não é universal e imutável, seu significado depende do jogo no qual ela é usada.  O filósofo afirma : “ os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo”É por isso que ele chega a uma interessante afirmação: quanto mais ampla minha linguagem  ( minhas possibilidades de representação), mais amplo é meu mundo, quanto mais restrita minha linguagem, mais restrito é meu mundo e vive-versa. De modo que, quanto mais amplo meu mundo e minha linguagem, mais possibilidades e pensamento tenho.

Jacques Derrida (1930-2004), filósofo francês , afirma que  a linguagem não é uma janela para um mundo objetivo; em vez disso ela impõe estrutura ao mundo, criando divisões que não existiriam sem ela. Não somos capazes de pensar sem a linguagem, de modo que não temos acesso direto ao mundo objetivo. O próprio mundo é um texto – um conjunto de objetos, propriedades e eventos que adquirem significado por meio da linguagem.  Acredita que não há uma verdade absoluta sobre o que nossas palavras significam. Os significados mudam de um contexto para outro e são determinados , pelos ouvintes e por práticas sociais que o emissor não pode controlar. O método de Derrida é o da desconstrução. Na obra  A farmácia de Platão,  Derrida comenta o mito de Thot, que serve de ponto de partida para a discussão sobre linguagem e leitura.


Outros filósofos que se dedicaram ao estudo da linguagem que merecem destaque são :


- Peirce (1839-1914) - O que é um signo?

-Humboldt (1767-1835) - Sobre a diferença da estrutura das línguas humanas.

- Frege ( 1848-1925) -Sobre o sentido e a referência

- Russell (1872-1970) -Significado e verdade

- Austin (1911-1960)- Quando dizer é fazer

- Heidegger ( 1889-1976)- Carta sobre o humanismo

- Chomsky (1928-) - Linguagem e Pensamento

- Saussure (1857-1913) - O estruturalismo linguístico 

- Foucault (1926-1984) - A ordem do discurso: linguagem e poder.


Indicação de Leitura:


MARCONDES, Danilo. Textos básicos de linguagem: de Platão a Foucault.Rio de Janeiro: Zahar, 2011.


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