Oiieee, galera
Estamos na Semana de Estudo Intensivo (SEI)...
Abaixo segue atividade SEI, para ser entregue até 6ª feira, dia 30/04....
1ª) “Todo
abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”
Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado
ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou improcedentes.
O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma,
considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode
deduzir que só os abacates têm cor verde.
Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:
a)
enumeração incorreta
b) generalização invertida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente
2ª) A essência da teoria democrática é a
supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de
que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são
solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada
pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de
ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa
científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses
conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem
acessíveis a todos.
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas”
indica que o autor
a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da
sociedade.
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
3ª) Leia
o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis:
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico
senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo
cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, soluços e
sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade
necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
(Quincas Borba, 1992.)
1 polca:
tipo de dança.
2 sarabanda: tipo de dança.
De acordo com o narrador,
a) os
erros do passado não afetam o presente.
b) a existência é marcada por antagonismos.
c) a sabedoria está em perseguir a felicidade.
d) cada instante vivido deve ser festejado.
e) os momentos felizes são mais raros que os tristes.
5ª) Da
garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é
leite, sangue... não sei. Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite,
duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando
um terceiro tom a que chamamos aurora.
(Carlos Drummond de Andrade)
No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói,
poeticamente, a aurora. O que permite visualizar este momento do dia
corresponde:
a) a
objetos confusos mal redimido da noite.
b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos.
d) ao enlace amoroso de duas cores.
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
6ª) esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem
(Paulo Leminski, La vie em close. 5a ed. S.Paulo: Brasiliense, 2000,
p.134)
No poema de apenas três versos, o poeta lamenta-se
a) da fugacidade da vida.
b) demonstra preferir a vida espiritual à terrena.
c) revolta-se contra o seu destino.
d) sugere que a vida não tem sentido.
e) abomina a agitação da vida.
7ª) Leia
o texto de Millôr Fernandes e responda às questões abaixo:
A morte da tartaruga
O
menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe
foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele
bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação
da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou
penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino.
“Cuidado, senão você acorda seu pai”. Mas o menino não se conformava. Pegou a
tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que
comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe
lhe prometeu um carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra, mas o pobre
menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho
de estimação.
Afinal,
com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado , ver de que se
tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: – “Está aí assim
há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi
tudo mas ele continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e
propôs:
– “Olha,
Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela
aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do
tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou o garoto no
colo e disse: – “Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha. Eu
também gostava muito dela. Mas nós vamos fazer pra ela um grande funeral”.
(Empregou de propósito a palavra difícil). O menininho parou imediatamente de
chorar. “Que é funeral?” O pai lhe explicou que era um enterro. “Olha, nós
vamos à rua, compramos uma caixa bem bonita, bastante balas, bombons, doces e voltamos
para casa. Depois botamos a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e
rodeamos de velinhas de aniversário. Aí convidamos os meninos da vizinhança,
acendemos velinhas, cantamos o Happy-Birth-Day-To-You pra tartaruguinha morta e
você assopra as velas.
Depois
pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a
tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia que ela
morreu. Isso é que é um funeral! Vamos fazer isso? O garotinho estava com outra
cara. “Vamos, papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não
vai? Olha, eu vou apanhar ela”. Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu
um grito no quintal. “Papai, papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro
quintal e constatou que era verdade. A tartaruga estava andando de novo,
normalmente. “Que bom, hein?” – disse – “Ela está viva! Não vamos ter que fazer
o funeral!” “Vamos sim, papai” – disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem
grande – “Eu mato ela”.
Moral: O
importante não é a morte, é o que ela nos tira.
1) Quais
foram os artifícios utilizados pela mãe e pelo pai para que o menino parasse de
chorar?
2) A mãe
ofereceu uma surra ao menino, mas antes tinha oferecido um carrinho ou um
velocípede. Por que?
3) Que
palavra difícil o pai do menino usou na conversa com ele?
4) O que
fez o menino parar de chorar?
5) Por
que o menino quis matar a tartaruga?
8ª) Leia esse texto, mais uma crônica de Millôr
Fernandes, e responda:
Cão! Cão! Cão!
Abriu a
porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo,
viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de
raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e
cumprimentou o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!". O cão
aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na
cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa.
O dono da
casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a
coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos
foi..." "Não, foi depois, na..." "E você, casou
também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão
entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo
por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante.
"Quem morreu definitivamente foi o tio... você se lembra dele?"
"Lembro, ora, era o que mais... não?"
O cão
saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no
sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os
dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por
fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi.
Mas ainda
ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?"
"Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou
naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?"
Moral:
Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa
esclarecedora.
1) Por
que o amigo visitante não se manifestou ao perceber que o cão tinha partido
algo na cozinha?
2) Por
que os amigos estavam tensos?
3) O que
significa “sorriso amarelo” e por que o dono sorriu dessa forma?
4) Quem é
o dono do cão?
5) O que
torna a crônica engraçada?