foto calvitti

foto calvitti

Utilize a versão WEB do seu celular para visualizar as Atividades!!

UTILIZE A VERSÃO WEB DO SEU CELULAR PARA VISUALIZAR AS ATIVIDADES!!

MENU PRINCIPAL

MENU PRINCIPAL

ATIVIDADES (Ensino Fundamental II)

ATIVIDADES (Ensino Médio)


quinta-feira, 16 de julho de 2020

Texto Sobre Grécia Antiga Professor Eduardo Guerreiro Segundo Bimestre História 1° Anos A,B,C e D

Grécia Antiga

A Grécia Antiga que conhecemos como o berço da civilização ocidental, da democracia, do teatro ou onde viveram filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, é muito diferente do país Grécia que conhecemos atualmente. Para os gregos antigos a relação com o território era muito diferente do nosso conceito atual, pois para eles onde havia um grego ali estaria a Grécia ou Hélade como chamavam. Ser grego ou heleno significava falar o grego, todos os que não falavam a língua, portanto, eram considerados bárbaros, palavra que deriva de “bar-bar-bar” ou balbucios incompreendido das línguas dos outros povos, forma etnocêntrica de tratar os demais povos que para os gregos antigos serviam apenas para os seguintes propósitos: comércio de metais e alimentos, pilhagem durante as guerras e a obtenção de mão-de-obra escravizada.


Vista do Partenon na Acrópole de Atenas. Foto: Sven Hansche / Shutterstock.com

A Geografia
A Grécia Antiga pode ser dividida pelo menos em cinco partes: Grécia continental, Grécia peninsular, Grécia Insular, Grécia Asiática e Magna Grécia (estes dois últimos são territórios mais longínquos que nos possibilitam perceber a migração dos gregos).

A Grécia continental também é chamada de península Balcânica era composta por terras férteis banhadas pelos mares, Egeu ao leste, Jônico a oeste e Mediterrâneo ao sul, cercadas de cadeias montanhosas o que influenciou muito a navegação marítima em todo o território.

A Grécia peninsular também conhecida de Peloponeso, ao sul da península Balcânica, tem como principal rio, o Eurotas, que forma um vale cercado de montanhas. As terras eram férteis e havia muitos minerais, o que movimentava a economia dos seus habitantes. Mais ao sul se encontra a Lacônia, área pantanosa e repleta de desfiladeiros onde tinham poucas áreas férteis que não favoreceram o comércio e desencorajaram a navegação marítima.

A Grécia Insular estava situada ao longo do mar Egeu, tendo grandes ilhas como Creta e ilhas um pouco menores, como Rodes, Lesbos e Delos. As ilhas têm aspectos geográficos semelhantes, muito montanhosas com vários portos naturais.

A Grécia Asiática localizada na Ásia menor, região onde atualmente está a Turquia que os gregos conheciam como Jônia, o lado mais ao leste do mar Egeu, tinha uma das cidades mais conhecidas da antiguidade que era Tróia, a mesma que foi relatada nos escritos de Homero a Ilíada e a Odisseia.

A Magna Grécia este situada no Mar Mediterrâneo ao sul da península Itálica e na ilha da Sicília, que futuramente os colonos gregos presentes nesta região iriam ajudar a formar a civilização Romana.

Períodos da História
A história da Grécia Antiga pode ser entendida em cinco períodos: Período Micênico do século XV a.C. início da expansão micênica à até o século XII a.C. com a chegada dos povos indo-europeus; O Período Homérico do século XII a.C. ao século VIII a.C., período em que foi criada as obras de Homero: a Ilíada e a Odisseia; Período Arcaico do século VIII a.C. ao século VI a.C., início da expansão grega; Período Clássico que vai do ano 508 a.C. quando a Democracia é estabelecida em Atenas até o ano 338 a.C. quando a Grécia é dominada pelos macedônios; Período Helenístico do ano 336 a.C., quando Alexandre sobe ao trono macedônico até o fim do império no ano 323 a.C. com a morte de Alexandre, o Grande.

População
A região da Grécia antiga é habitada por populações originárias do sudoeste asiático há pelos menos 4000 anos a.C. e já praticavam atividades agropastoris. Os antepassados dos gregos só foram chegar na região por volta do fim do terceiro milênio a.C., estes falavam uma língua indo-europeia que futuramente se tornaria o grego e se estabeleceram na parte insular do Mar Egeu e passaram a se misturar com os povos que ali habitavam.

Os primeiros gregos eram conhecidos como jônios e submeteram todos os povos que ali viviam a escravidão por meio da violência. Os jônios eram exímios militares e aprenderam muito com as populações dominadas, construíram várias cidades fortificadas na região e deixaram o comércio marítimo de lado. Por volta do ano de 1580 a.C. foram expulsos da região pelos gregos aqueus eólios e encontraram refúgio na Grécia peninsular, mais precisamente na região que era conhecida como Ática.

Originado dos Bálcãs, os aqueus eram povos guerreiros que que dominaram a região de Creta e área continental por volta do ano de 1400 a.C. Os aqueus, outro grupo grego, eram também exímios militares que se destacaram muito nas navegações marítimas, por realizarem várias guerras com a parte oriental da Grécia no final do segundo milênio a.C., onde está situada a cidade Tróia, serviram de inspiração aos escritos de Homero a Ilíada e Odisseia. Os aqueus deram origem também a civilização Micênica.

Os dórios foram os últimos gregos a se estabelecerem no território por volta do ano 1200 a.C., e ficaram na região de Creta e no Peloponeso, para onde trouxeram a metalurgia do ferro e a cerâmica. Eram guerreiros, que loteavam as terras em partes iguais e submetiam os povos conquistados à escravidão.

Essa mistura de povos indo-europeus formava então a civilização Grega, cujo os as várias cidades-estados falavam a mesma língua, mas possuíam especificidades na cultura e na economia.

A civilização Grega
A civilização grega se constitui como tal entre os Períodos Arcaico e Clássico, entre os séculos VIII a.C. e VI a.C. No século VII a.C as os gregos formaram várias póleis (plural de pólis, cidade em grego) ao longo do Mar Mediterrâneo, e passaram a competir com o comércio marítimo com os povos do Oriente, principalmente os fenícios e os persas. A cidade (pólis) era constituída basicamente de um centro urbano com uma área rural no seu entorno, às vezes, haviam outros povoados que pertenciam a esta pólis. As cidades eram definidas pelas atividades do seu povo (demos), pois suas práticas culturais, tais como a crença em uma divindade protetora, e práticas econômicas, tais como agricultura, mineração e comércio, moldavam a identidade de seus habitantes.

Durante o período Arcaico, a economia era baseada na agricultura e na pecuária. As propriedades e os animais pertenciam aos nobres que, às vezes, faziam o papel de reis, estes controlavam não só as terras, mas o poder judiciário e o exército. Portanto, neste período os gregos viviam em um sistema aristocrático, ou oligárquico, pois os mais ricos detinham o controle das decisões políticas, jurídicas e econômicas. Além dos nobres, nesta sociedade viviam também os escravizados, que trabalhavam nas propriedades, os trabalhadores rurais livres, os artesãos, e os pequenos proprietários de terra.

A expansão para outros territórios fez com que os gregos se tornassem especialistas na navegação marítima e no comércio de artesanatos, principalmente as cerâmicas e armas, o que fez com que eles começassem a usar moedas transações econômicas, fato importante para economia, pois facilitou as trocas comerciais e também para política, pois as moedas passaram a ser particularmente emitidas nas cidades-estados.

As armas mais baratas possibilitaram que os cidadãos livres e pequenos proprietários de terra também se armassem e passassem a proteger as póleis. Este fato fez com que agissem politicamente, pois começaram a reivindicar direitos junto aos governantes das cidades. Estes pedidos geraram guerras-civis, que levaram aos nobres convocarem os tiranos (“senhores” em grego) a redigir leis, como na pólis Atenas, para assegurar a estabilidade entre as classes sociais. Foi neste que contexto, que várias cidades marítimas que comercializavam produtos, entre os anos 650 e 500 a.C, passaram a desenvolver o governo do povo, “democracia”. Já em outras cidades utilizava-se os governos aristocráticos (“governo dos melhores”, nobres) e oligárquicos (“governo de poucos”), dando a entender que no século VI a.C, as cidades-estados gregas eram distintas umas das outras.

Entre as principais póleis gregas, que influenciavam todas as outras cidades, ou seja, eram modelos a serem seguidas figuravam Atenas e Esparta. A primeira que era voltada para o desenvolvimento humano, pelo víeis da democracia, filosofia e arte, e a segunda, potencializava o autoritarismo aristocrático e o militarismo.

Legado grego
Dos gregos herdamos muitas influências em várias áreas do conhecimento: História, Filosofia, Geografia, Literatura, Artes, Arquitetura, Teatro, Medicina, Astronomia.

A História, foi escrita com estas palavras por Heródoto de Halicarnasso, que viveu no século V e escreve a Obra Historia, onde relatou vários costumes e lugares por onde passou. O termo História vem da palavra grega “histor” que quer dizer investigação, dando origem assim a disciplina História. Por isso, atribui-se a Heródoto o título de pai da história.

A filosofia grega é marcada por grandes nomes como Sócrates, Platão e Aristóteles a partir do século IV a.C, que viveram em Atenas, produzindo a dúvida com aqueles que conversavam. Estes criticavam as superstições, os preconceitos e todo tipo de diferenças. Sócrates, não deixou registros escritos, e podemos conhece-lo apenas pelos escritos de Platão e Xenofonte, segundo os autores, era um autêntico ateniense de vida simples, vivia para cidade e para questionar os seus moradores. Com sua frase célebre “Só sei que nada sei” funda o método baseado nos questionamentos, foi base para várias ciências ao longo do tempo, mostrando que com o acúmulo de conhecimento passamos a saber cada vez menos, pois outras possibilidades vão surgindo. Já Platão era membro da aristocracia ateniense, e não poupou em seus escritos as críticas a corrupção da política ateniense. Platão fundou a Academia, uma escola voltada aos estudos de filosofia. Aristóteles foi o aluno mais promissor de Platão, e após a sua morte assumiu o controle da Academia. Anos mais tarde saiu de Atenas e foi professor de Alexandre, filho de Felipe II rei da Macedônia. Após Alexandre ter subido ao trono e ter dominado a Grécia, Aristóteles regressa a Atenas onde monta o Liceu, uma escola preparatória, onde escreveu inúmeras obras sobre vários temas. Tanto Platão como Aristóteles formaram as bases do pensamento ocidental medieval e modernos.

Leia mais:

Filosofia grega clássica
Filosofia pré-socrática
Filosofia pós-socrática
Hecateu de Mileto, passou a pensar o mundo de uma forma mais racional deixando de lado as explicações mitológicas, desta forma tantos os fenômenos naturais como os sociais começaram a ser explicados pelas experiências do dia-a-dia, desenvolvendo assim a Geografia.

Um dos expoentes da Literatura, foi o poeta Homero que viveu Entre os séculos VIII e VII a.C. Coube a ele registrar da tradição oral os poemas Ilíada e Odisseia, que contavam a guerra entre os gregos e os troianos e as viagens de Odisseu (Ulisses), que navegou pelo mar por dez anos antes de regressar a sua casa. As poesias de Homero expiraram e expiram as formas literárias.

Leia mais:

Literatura na Grécia Antiga
As Artes e a Arquitetura tiveram um grande desenvolvimento no mundo grego. A beleza era algo muito apreciado entre os gregos, e as proporções das partes dos corpos nas obras de arte imprimiam um padrão próximos a perfeição. A arquitetura, era influenciada pelas proporções, tanto em construções que usavam colunas que até hoje aparecem em alguns prédios, bem como um sistema ortogonal urbano, que influencia as cidades de hoje tais como Brasília e Nova Iorque.

Leia mais:

Arte na Grécia Antiga
O Teatro se desenvolveu primeiramente em rituais em forma de danças para o deus Dionísio. Mesmo que posteriormente o teatro tenha se distanciado dos temas religiosos, como o drama e comédia, a religiosidade sempre permaneceu. Vários foram os escritores do tetro grego, e suas peças são encenadas até os dias de hoje: Édipo rei e Antígona de Sófocles, de Eurípedes A Medéia, e Prometeu Acorrentado de Esquilo são as principais peças.

Leia mais:

Teatro grego
Hipócrates foi o principal nome da medicina na Grécia Antiga. Ele observou que as doenças eram causadas por motivos naturais, desvinculadas dos mitos e do sagrado. Até hoje é comum que os juramentos de formatura entre os médicos seja, o juramento de Hipócrates, onde prometem fazer a medicina honestamente.

No campo da astronomia Tales de Mileto e Pitágoras fizeram grandes descobertas, o primeiro sobre os eclipses e o segundo a respeito do formato esférico dos corpos celestes.

Leia mais:

Astronomia na Grécia Antiga
Os gregos criaram sua própria cultura, que na influência até hoje, porém foram influenciados pelas populações do Egito e da Mesopotâmia, portanto todos as bases que os gregos encontraram estavam dispostas em outros povos e civilizações, desta forma podemos verificar como o mundo antigo é repleto de trocas culturais, onde as origens são desprovidas de exatidão e inconclusas.
Ciências na Grécia Antiga
Por Pedro Eurico Rodrigues
Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)


Clique aqui para abrir o player de áudio. Sempre abrir.
Falar de ciência antes da modernidade é um desafio, assim como estabelecer o desenvolvimento do pensamento racional a partir dos gregos também é. É notório que a construção de campos científicos se deu, de forma mais estruturada e organizada, com o advento da modernidade. Mas, isso não exclui nem elimina a experiência grega.

A relação entre os primórdios das ciências na antiguidade e o desenvolvimento do pensamento racional parece óbvia. No entanto, ao fazermos este movimento estamos desconsiderando outras tantas sociedades que, à sua forma e em sua medida, também usaram e desenvolveram a racionalidade. Mesmo os povos nômades já assim viviam. Para dominar o fogo, criar ferramentas e utensílios, elaborar armas, inventar a roda, dominar a agricultura e trabalhar os metais via metalurgia a racionalidade foi extremamente necessária. Portanto, não podemos colocar os povos anteriores à invenção da escrita no lugar da irracionalidade, como comumente são retratados.

Surgimento do pensamento científico
No entanto, foi na Grécia Antiga que o pensamento científico emergiu, especialmente a partir da filosofia como forma de refletir e se colocar no mundo. Foi também neste período que se desenvolveu o sistema de provas científicas, baseando a prática e estabelecendo, por isso, o início da ciência no mundo ocidental. Isso significa que o pensamento racional, as explicações sobre a vida, passaram a ser pautadas, também, pela razão. Não significou o abandono das crenças nos mitos e no sistema de religiosidade, mas sim a coexistência do mundo da crença nos mitos e deuses e do mundo da razão.


Estátua de Sócrates (Atenas, Grécia). Foto: Renata Sedmakova / Shutterstock.com

Sócrates possivelmente foi o nome mais emblemático deste início. Isso porque, partindo da premissa de que a única coisa que sabemos é que não sabemos efetivamente de nada, ou, “só sei que nada sei”, instigou à investigação atestando o quanto a humanidade não domina o conhecimento, e que, portanto, deve movimentar-se para sair da ignorância. Assumindo o não saber, movimenta-se em busca de explicações possíveis para o mundo.

Filosofia, a base de todas as ciências
Foi no Período Clássico da Grécia Antiga, entre os séculos VI e IV a.C., que a ciência se desenvolveu. A filosofia, considerada a base de todas as ciências, a história, e a medicina foram áreas de uma proeminente produção no período. Até então apenas a religiosidade era a responsável por dar respostas às questões humanas: as doenças eram justificadas pela vontade dos deuses, os eventos históricos também. O próprio corpo humano não era muito compreendido, sendo estudados apenas os órgãos básicos para a sobrevivência humana e sua consequente função.

Leia também: Filosofia Grega

Estudando o corpo humano - surgimento da Medicina
É durante o Período Clássico que a medicina para a se constituir como uma área de conhecimento, com utilidades tanto na vida prática – nos conflitos de guerra ou mesmo na sobrevivência da comunidade – como na vida intelectual, desenvolvendo um saber específico. Os médicos passaram então a estudar meios de cura, especialmente a partir de elementos da natureza, propondo a aplicação de plantas no tratamento de doenças e mesmo praticando no mundo natural técnicas cirúrgicas para seu uso em batalhas e conflitos. O nome mais conhecido da medicina antiga foi o de Hipócrates, que foi o responsável por desvincular as explicações sobre as doenças do mundo sagrado, estudando o funcionamento do corpo humano. Foi ele o primeiro a estabelecer a observação dos sintomas e, a partir deles, um diagnóstico possível com seu respectivo tratamento. Foi nesse contexto que surgiram as primeiras escolas de medicina.

Leia também: Medicina na Grécia Antiga

Documentando a História
Assim como a medicina e a filosofia, outras áreas do conhecimento passaram a se desenvolver. Elas questionavam as explicações pautadas nos mitos e iam aos poucos sedimentando o lugar da razão. A História foi uma das áreas que passou a se desenvolver no período, buscando contar e dar sentido aos eventos considerados grandiosos – dignos de serem contados. Foi o caso de Heródoto, que em sua obra Histórias procurou contar os eventos ocorridos durante a invasão persa na Grécia. Outro autor, Tucídedes, explicar em sua obra História da Guerra do Peloponeso, os eventos do conflito entre Atenas e Esparta. Para além de contar, de forma literária, os conflitos do mundo antigo, eles construíram narrativas movimentadas por questionamentos. Tanto a História como a Medicina são exercidas – até os dias atuais – com base na investigação contínua e no estabelecimento de perguntas e questionamentos. Essa inquietação é o que marca o começo de um pensamento racional científico no mundo ocidental.

Astronomia

Escritos de Aristarco de Samos sobre a posição e tamanho do Sol (esquerda), Terra e a Lua.

Outra área em construção à época foi a astronomia. A observação do mundo natural – da lua, do movimento do sol, dos fenômenos naturais – movimentou e fascinou aqueles que estavam preocupados com as explicações para tudo que envolvesse a vida humana. Se somente os deuses não davam conta de explicar como e porque as coisas aconteciam de uma forma – e não de outra – no mundo natural, era preciso, portanto, buscar explicações racionais para os eventos naturais. Para que se desenvolvesse um conhecimento racional sobre os astros o domínio da matemática foi fundamental.

Leia também: Astronomia na Grécia Antiga

Matemática
É certo que outras sociedades, muito antes dos gregos, já dominavam sistemas numéricos e utilizavam a matemática especialmente para a vida prática: tratos comerciais, armazenamento de alimentos, construção de canais, diques e templos. Mas, na Grécia Antiga a matemática passou a ser utilizada como ciência auxiliar de outras, como a astronomia. A própria astronomia – assim como a matemática – teve seu embrião na Mesopotâmia.

Os cálculos matemáticos estiveram presentes em várias sociedades do mundo antigo, mas eram utilizados de acordo com a necessidade prática: o cálculos de uma distância, o projeto de uma obra pública, as trocas comerciais. Transformar esses cálculos do cotidiano em um pensamento abstrato e reflexivo foi papel dos gregos. Tanto é que seu sistema numérico – alfa, beta, gama, delta – até hoje aparece em algumas fórmulas e equações.

Na área da astronomia – e também da matemática – o nome mais conhecido da antiguidade foi Tales de Mileto, um homem viajante que esteve em contato com outras sociedades, tais como o Egito e a Mesopotâmia. Ele foi o responsável por prever, a partir de observações, um eclipse solar. Além dele Pitágoras foi outro nome que se destacou, por, também por meio de observação e investigação, concluir que tanto a Terra como a Lua apresentavam-se em formatos esféricos. Embora nos dias atuais a ciência já tenha atingido níveis avançados, atrelando-se à tecnologia para comprovações e estudos, há aqueles que sem fundamentação ou embasamento científicos divulgam ideias equivocadas.

Leia também: Matemática na Grécia Antiga

Surgimento das Universidades
Atenas foi o grande centro do conhecimento científico em desenvolvimento no mundo antigo. A partir do fim das Guerras Médicas e a mudança da sede da Liga de Delos de Delos para Atenas houve um intenso investimento na cidade. Saindo de uma guerra, usou o tesouro da aliança para reerguer sua pólis. Atrelado a este reordenamento e reconstrução urbana esteve a estabilidade do sistema político e a emergência da democracia direta. Atenas foi um centro importante e irradiador da cultura grega. Com a concentração do poder, a estabilidade e a nova cidade, o crescimento cultural se tornou viável. Assim, com Atenas como centro, as áreas do conhecimento se desenvolveram. O processo é tão emblemático que passou a ser desenvolvido em um local próprio, específico, chamado Academia. Até hoje a atividade científica está intimamente ligada à Universidades, ou seja, à academia ou ao mundo acadêmico. A Academia era um espaço próprio para o estudo e para a pesquisa, configurando-se como um importante centro intelectual.

Assim, embora abordar a questão da ciência na antiguidade não seja uma tarefa das mais simples torna-se fundamental para compreender de que forma se deu a construção de uma ideia de ciência, a inquietação e a busca por respostas que movimentaram diferentes tipos de conhecimento e que geraram saberes em variadas frentes. Entretanto, cabe alertar mais uma vez: não se pode fazer uma relação direta entre o início da atividade científica e o fim de crenças nos mitos e deuses, que continuaram povoando o imaginário grego. Também não podemos correr o risco de atribuir racionalidade aos grupos humanos somente a partir dos gregos pois, além de outras sociedades terem desenvolvido saberes em variados campos, é preciso alertar: muito dos que o gregos sabiam circulava entre o Mar Mediterrâneo. Ao trocar mercadorias os povos antigos trocavam também culturas. Por isso o pensamento matemático mesopotâmico, por exemplo, foi parte importante do desenvolvimento do pensamento matemático grego, e de sua consequente abstração.

As ciências são até os dias atuais campos de disputas. Partido da premissa de Sócrates, de que nada sabemos, temos o princípio da ciência: se nada sabemos é preciso formular perguntas. Talvez elaborar questões seja até mais proveitoso do que responder. É na dúvida, na inquietação, na pergunta e na reflexão que se encontra o cerne da ciência e é o que parece ter movimentado os cientistas de cada área aqui apresentados.

Referências:

BARBOSA, D. F., LEMOS, P. C. P. A Medicina na Grécia Antiga. Rev Med (São Paulo). 2007.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

LOPES & LOPES. Aplicações da Astronomia e da Geometria. Rev. Integração, 2014

MOL, Rogerio dos Santos. Introdução à história da Matemática. Belo Horizonte: CEAD – UFMG, 2013.

Escravidão na Grécia Antiga
Por Pedro Eurico Rodrigues
Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)


Clique aqui para abrir o player de áudio. Sempre abrir.
O sistema de escravidão foi largamente utilizado por diversos povos ao longo do tempo. No entanto não podemos comparar a escravidão na Grécia Antiga com a escravidão moderna que se deu a partir da exploração do continente africano e da diáspora, com a escravização de diversos grupos africanos por parte dos europeus. Cabe lembrar que homens e mulheres africanos foram retirados de seus povos e culturas, colocados em navios negreiros e atravessaram o atlântico para trabalhar compulsoriamente em um sistema que dependia do seu trabalho para acúmulo de capital por parte das coroas europeias.

A escravidão na Grécia Antiga em nada se assemelha à escravidão moderna. Ela foi resultado do processo de início da propriedade privada e, consequentemente, da ascensão do camponês médio na sociedade grega. Esse foi um processo diretamente atrelado à criação das pólis. Podemos tomar o caso de Atenas como exemplo. Ao definir a democracia direta, definiu-se também quem era considerado cidadão. Assim, atenienses de nascimento, com pai e mãe atenienses, homens e maiores de 18 anos eram considerados cidadãos. Os demais não. Isso criou uma divisão na sociedade em que ficaram de fora os estrangeiros, as mulheres e as crianças, por exemplo. Um cidadão não poderia ser submisso a outro. Por isso a exploração do trabalho daqueles que não eram considerados cidadãos. Isso fez também que se aprofundasse um sentimento de pertencimento a uma cidade, e também que se definisse quem eram os estrangeiros. Nem todos os estrangeiros eram escravizados. Em Atenas, por exemplo, eles formavam um grupo chamado de metecos. Ainda assim não eram considerados cidadãos e não participavam da política ateniense.

Nesse sistema, os estrangeiros tornaram-se fundamentais para algumas atividades. Mas não só os estrangeiros passavam a ser escravos. Prisioneiros de guerra (fossem eles gregos, ou mesmo ‘bárbaros’), homens e mulheres que foram traficados de regiões periféricas, filhos que foram vendidos por seus pais por não terem condições de sustenta-los eram algumas das formas de se conseguir um escravo. Eles trabalhavam na mineração, no artesanato e até nos serviços domésticos.

A escravidão foi mais acentuada em cidades-estado portuárias, com grandes contatos comerciais e com concentração de propriedade privada, especialmente entre as cidades que estavam conectadas ao Mediterrâneo e foi menor em regiões como o Peloponeso, por exemplo. Nestas cidades-estado, quando os escravos trabalhavam na produção local, houve um aumento considerável na produtividade.

Os escravos podiam vir a ser libertados. Em Atenas passavam a ter uma posição social próxima aos metecos. Em Roma podiam virar, inclusive, cidadãos. Estima-se que por volta do século V a.C. havia aproximadamente 300 mil habitantes em Atenas (nas áreas rural e urbana). Destes 300 mil, apenas 170 mil eram cidadãos e o restante estrangeiros e escravos. Em 594 a.C., as reformas de Sólon aboliram a escravidão por dívidas.

Embora sejam conceitos que se distanciam em sua definição, democracia e escravidão são processos que caminharam lado a lado na Grécia Antiga. Pode-se entender que a democracia ateniense dependia diretamente da escravidão, pois promoveu a ascensão do camponês médio, por meio da cidadania, que passou a ter certos poderes, ainda que limitados.

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.
Religião na Grécia Antiga
Por Pedro Eurico Rodrigues
Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)


Clique aqui para abrir o player de áudio. Sempre abrir.
O desenvolvimento de um sistema de crenças esteve presente no mundo antigo de diversas formas. No caso grego percebe-se que a religiosidade esteve diretamente relacionada às cidades e sua expansão. Isto porque não se pode entender a Grécia Antiga como um Estado centralizado. A formação de nações ao redor do mundo é uma experiência moderna. Assim, embora a religiosidade se expressasse de maneiras diversas, pode-se compreender que havia certa semelhança em sua organização e expressão em cada uma das pólis.

Um dos pontos centrais de uma cidade-estado eram os templos. Eles organizavam e reuniam a população desde a sua construção. Assim, as formas de acreditar eram variáveis, e cada templo ditava uma crença. A religiosidade era vivenciada a partir da contribuição das pessoas, seja na difusão de mitos ou mesmo na feitura de imagens nos templos.

Os gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses, mesmo não adorando a todos. Isso porque usualmente um deus predominava em uma determinada pólis. Estes deuses tinham forma e viviam próximos aos homens: suas ações e decisões não estavam tão distantes da humanidade. Os gregos acreditavam que eles se expressavam no cotidiano: nas chuvas, na natureza, nas decisões. Assim, os deuses agiam de forma direta na vida das pessoas. Acreditava-se, por exemplo, que Poseidon dominava os mares, que Zeus era responsável pelas chuvas. Além dos deuses outras entidades habitavam o sistema de crenças grego, como as sereias. Estes outros seres, assim como os deuses, estavam cotidianamente presentes na vida dos gregos. O que diferia os deuses dos seres humanos era a imortalidade.


Alguns dos principais deuses da Mitologia Grega, em fachada de prédio da Universidade de Atenas, Grécia. Foto: Dimitrios / Shutterstock.com

Além de se expressarem diariamente, a atribuição de significados aos deuses é uma forma de perceber como os gregos davam sentido aos seus sentimentos por meio dos deuses. Afrodite, por exemplo, é a deus que simboliza o amor. Atena, a sabedoria.

Embora muitas vezes considerados fantasiosos, os mitos podem ser fontes bastante úteis para o historiador que pretende compreender a sociedade grega. O historiador Paul Veyne aponta que os mitos não são apenas relatos sem sentido, mas sim fazem parte de uma forma de expressão de uma sociedade, que, embora tenha alterado uma realidade, exprimem sentidos de uma sociedade temporalmente já tão distante.

Assim, os mitos podem ser entendidos como uma tradição oral que depois de muito circularem pela fala, podem hoje ser lidos e acessados pelos historiadores. É uma forma de dar sentido ao mundo. Os mitos, portanto, exprimem a forma como os gregos lidavam com a natureza, com os sentimentos e como respondiam questões como a origem do universo. Eles fazem parte do sistema de crença gregos.

Os gregos acreditavam que os deuses habitavam o Olimpo. Em nome de Zeus, o deus dos deuses, eles celebravam os Jogos Olímpicos, a cada quatro anos. A religiosidade grega se expressava através de rituais que se davam em torno de altares e envolviam música, canto e competições em homenagem a um deus, como era o caso dos Jogos. O Partenon é um monumento religioso construído no século V a.C. em homenagem à Atena, deusa de Atenas. Sua construção destaca-se na paisagem e demonstra o poder de Atenas.

Afrodite, Zeus, Apolo, Ártemis, Eros, Hades, Hermes, Perséfone eram deuses que povoavam a vida dos gregos na antiguidade e estavam presentes no cotidiano. Eram formas de dar sentido à vida e explicar o inexplicável até então.

Leia também:

Mitologia grega
Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
Olimpíadas na Grécia Antiga
Por Emerson Santiago

Clique aqui para abrir o player de áudio. Sempre abrir.
Recebe o nome de Olimpíadas a série de eventos desportivos que reuniam as cidades-estado da Grécia antiga. Derivada de festivais realizados em homenagem ao deus grego Zeus, ocorriam desde 776 a.C. e eram inspirados na lenda de que Hércules, figura mitológica, plantou uma oliveira como forma de comemorar o sucesso de um de seus doze trabalhos, a mesma de onde eram retiradas as folhas para a confecção da coroa dos vencedores. Como a oliveira estaria localizada próxima à polis grega de Olímpia, esta foi designada como a sede dos jogos.

Os Jogos Olímpicos eram a mais importante festa pan-helênica. Deles só podiam participar homens livres, falantes da língua grega, e em pleno gozo de seus direitos de cidadão. Participavam atletas originários das várias cidades gregas, mesmo as mais distantes colônias. A participação feminina era proibida, pois elas tinham uma competição própria, a "Heraea", nome dado em homenagem a Hera, mulher de Zeus.

Após a primeira Olimpíada, ficou acertado que os Jogos seriam realizados a cada quatro anos, durante os meses de julho ou agosto. Na primeira edição dos jogos havia apenas uma prova, a corrida simples ou "stadion", onde o atleta percorria uma única vez a pista do estádio, que media 192 m. Em 724 a C. nova modalidade foi adicionada, semelhante aos atuais 400 metros rasos. Em 708 a C., acrescentou-se o pentatlo (competição formada por cinco modalidades atléticas incluindo luta livre, salto à distância, corrida, lançamento de disco e lançamento de dardo) e posteriormente o pancrácio (luta similar ao boxe). Em 680 a C. foi incluída a corrida de carros. Outras competições com animais foram incluídas, como uma corrida de cavalos montados e outra de charretes puxadas a mulas. Em 600 a C., foi erguido o templo de Hera, onde passaram a ser depositadas coroas de louros para os campeões.

Até 472 a C. as provas eram realizadas num único dia, passando para cinco em seu auge. Sua programação típica pode ser assim descrita:

Primeiro dia - Sacrifícios e cerimônia de abertura.
Segundo dia - Provas especiais para efebos: “dromos” (uma corrida em volta do estádio), lutas e pentatlo (uma corrida, lançamento de disco e dardo, salto em distância e luta).
Terceiro dia - Provas para adultos: “dromos”, “diaulo” (semelhante ao “dromos”, mas consistindo em duas voltas em torno do estádio) e lutas.
Quarto dia - Provas equestres, pentatlo e corridas com armas.
Quinto dia - Cerimônias de encerramento, proclamação dos heróis e novos sacrifícios
Os Jogos Olímpicos originais foram suprimidos pelo imperador romano Teodósio I em 393, como parte da campanha para impor o cristianismo como religião estatal. No final do século XIX, os jogos seriam revividos, mas com algumas modalidades esportivas contemporâneas e reuniriam competidores de todos os países do mundo.

Bibliografia:
Olimpíadas na Grécia antiga. Disponível em <http://projetoleiah.tripod.com/olimpiada/historia/olimpant.htm>. Acesso em: 07 fev. 2012.

ALEXANDRE, Paulo. Os jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Disponível em <http://historiablog.wordpress.com/2009/07/16/os-jogos-olimpicos-na-grecia-antiga/>. Acesso em: 07 fev. 2012.

Os jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Disponível em <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=210>. Acesso em: 07 fev. 2012.

Olímpíadas da Grécia Antiga. Disponível em <http://olimpiadas.uol.com.br/2008/historia/grecia/historia.jhtm>. Acesso em: 07 fev. 2012.

https://www.infoescola.com/historia/grecia-antiga/
https://www.infoescola.com/historia/ciencias-na-grecia-antiga/
https://www.infoescola.com/historia/escravidao-na-grecia-antiga/
https://www.infoescola.com/historia/religiao-na-grecia-antiga/
https://www.infoescola.com/esportes/olimpias-na-grecia-antiga/

Nenhum comentário:

Postar um comentário